Por Mariana S. Van Deursen e Jessica Migala
Pescoço
Também conhecida como cervical, essa dor está relacionada à tensão dos músculos. E a rigidez pode ter vindo dos seus… braços (!). Membros superiores fracos dificultam a contração apropriada do tecido do pescoço. Isso resulta em latejamento e maior risco de lesão. Por isso, adicione flexões e bíceps ao seu treino.
Dorsal
Respirar é ao mesmo tempo a causa e a cura. Ao inspirar e expirar de maneira rápida e superficial, você não utiliza os músculos em volta da região central da espinha, deixando-a sem suporte e, consequentemente, dolorida. O dano pode vir de repente ou ao longo de anos. Pratique a respiração profunda até que isso se torne um hábito.
Pélvis superior
Você já sabe que passar muito tempo sentada faz mal à saúde. Para tentar resolver esse problema, algumas empresas estão criando a tendência de trabalhar em pé (existe até mesa especial para isso). Mas ficar ereta por muito tempo causa pressão sobre os discos das costas. Alterne entre 30 minutos sentada e 30 levantada e alongue-se por 30 segundos a cada hora para aliviar a tensão na junção entre costas e pélvis. Afaste sua cadeira da mesa e deite o tronco sobre as pernas, levando as mãos até o calcanhar e a cabeça entre os joelhos.
Ombros
Nada machuca tanto essa área quanto bolsas e sutiãs inadequados. Se você tem seios grandes e está usando modelos com alças finas, uma pequena área está carregando todo o peso, causando dores e acabando com a postura. Procure alças mais grossas, de pelo menos 1,5 cm de largura.
Lombar
Você tem noção que salto alto e quilinhos a mais não são os melhores amigos da região, mas e as calças jeans skinny? O estilo apertado afeta a maneira de andar, o que pressiona as articulações das suas costas. Não é preciso se livrar do seu par favorito, mas alterne com um mais soltinho, estilo boyfriend.
Oficina da dor
Já ouviu falar do quiropraxista? Já se foi o tempo em que esses profissionais eram vistos como charlatões. Hoje, para exercer a função no Brasil, é necessário ter, no mínimo, um diploma de bacharel na área.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Quiropraxia, Roberto Bleier Filho, de São Paulo, o primeiro curso foi aberto em 2000 e hoje existem cerca de 1000 profissionais graduados. A prática procura prevenir, diagnosticar e tratar as desordens do sistema neuro-músculo-esquelético sem usar medicamentos nem cirurgia, apenas técnicas manuais para ajustes na coluna vertebral.
Nos EUA, segundo a revista norte-americana Spine, a quiropraxia, em conjunto com terapias médicas padronizadas, levou pacientes entre 18 e 35 anos com lombalgia aguda a notarem uma diminuição significativamente maior da dor, além de melhora das funções físicas, em comparação aos que optaram apenas pelo tratamento padrão.
Como a profissão ainda não é regulamentada por aqui como sendo da área médica (há um projeto de lei para isso), nenhum plano de saúde cobre o tratamento, mas a consulta sai mais barata do que da maioria dos médicos: cerca de R$ 300 na primeira visita (que é mais longa e detalhada), seguida de sessões que custam cerca de R$ 100.
“A gente costuma ser o último recurso. A pessoa está com muita dor, já tentou de tudo, mas não quer fazer a cirurgia. Muita gente já chegou aqui com o procedimento marcado e conseguimos evitar com o tratamento”, diz Roberto. De fato, um estudo na Spine mostrou que apenas 1,5% das pessoas que procuram primeiro um quiropraxista fizeram cirurgia, comparado a 42% dos que foram primeiro ao cirurgião.
Mas não há unanimidade quanto à eficiência do tratamento. “São poucos os estudos de qualidade que evidenciam os efeitos das técnicas de manipulação vertebral isoladamente. Muito da melhora pode ser atribuída ao efeito placebo: o simples estalo da manipulação pode provocar no cérebro a sensação de alívio. Em casos em que o diagnóstico é mais preciso, isso pode causar efeitos benéficos apenas a curto prazo”, diz Gilbert Bang, fisiatra do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo. O ideal é procurar os dois profissionais e decidir qual o melhor tratamento para você.